Espalhadas pelo mundo, existem inúmeras tradições. Muitas delas recorrem à exploração de algum animal, seja para consumo do seu corpo ou para entretenimento. Portugal não é diferente. Mas será a palavra “tradição” uma justificativa suficiente e válida para continuarmos a tratar os animais da mesma forma que eram tratados há anos, décadas e até séculos atrás?
Atualmente sabemos que os animais sentem, têm a sua própria personalidade, são capazes de ter experiências positivas e negativas.
Contudo, todos os anos, em Freamunde, freguesia de Paços de Ferreira, uma “tradição” é celebrada, acredita-se que desde a Idade Média. Falamos da Festa do Capão. Ora bem, a festa não é propriamente para o Capão, mas para os visitantes que o irão consumir.
O que é o Capão?
Porque é que este galo é castrado? E qual é a diferença que torna o Capão famoso?
Então este é um galo feliz?
Como se processa a castração?
O que pode correr mal?
Dizem as lendas de Freamunde que a tradição de castrar galos surgiu da necessidade de não os ouvir cacarejar tão cedo pela manhã. Ou que, devido à escassez de cereais, foi proibido o consumo de carne de galinha e, então, os criadores descobriram que, castrando o animal, ele crescia mais sem precisar comer tanto.
Seja qual for a origem deste ritual, a verdade é que é um procedimento muito antigo e, por isso, classificado como “tradição” e o orgulho da região. O capão de Freamunde é ainda usado por muitos para a ceia de Natal.
É, então, a 13 de Dezembro que anualmente se festeja o ato de comer um ser senciente que foi castrado sem anestesia, com um corte no anus, através do qual alguém introduziu os dedos para lhe roubar os testículos.
Em Itália, a ONG Essere Animali revelou imagens impressionantes da castração destes animais. São imagens muito fortes mas é muito importante mostrar o que esconde a produção. Muitas pessoas acreditam que, por ter acesso ao exterior, os animais são felizes, mas é necessário olhar para o processo de produção do inicio ao fim e nunca olhar apenas para o que a publicidade e a desculpa da “tradição” nos vende.
Exploração é exploração e implica sempre abuso de alguém. Vejam como é violento o processo de castração de um galo, apenas para que cresça mais e a sua “carne” seja mais suculenta para os consumidores. Um prato que comes em 10 minutos, justifica o abuso de tantos seres?
Se não fores capaz de ver as imagens até ao final, pedimos que reflitas no seguinte:
Não és capaz de ver as imagens mas és capaz de pagar a alguém para fazer isto?
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Créditos fotográficos © Farm Transparency Project / Dominion
Reconhecemos que esta prática é cruel, inaceitável e desumana, devendo ser legalmente proibida. Consideramos ainda que tal método não se justifica e não é coerente com as políticas de Bem-Estar Animal que a indústria e a legislação portuguesa dizem implementar.
Queremos ver esta prática abolida e incentivos à investigação de tecnologias mais compassivas na indústria.
Atenciosamente,