Abrir de Asas © 2024 Todos os direitos reservados
Recentemente, o programa A Prova dos Factos, na sua transmissão do dia 8 de Março de 2024, no canal RTP1, apresentou uma investigação realizada em aviários portugueses, quer em pavilhões de galinhas poedeiras como de frangos, que coloca em causa o cumprimento da lei no respeito pelas garantias de bem-estar destes animais e a higiene do processo de produção, com potenciais consequências danosas para a saúde pública. Em resposta a este trabalho de reportagem jornalística, a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) veio a pronunciar-se publicamente em comunicado, fazendo várias asserções sobre os dados reportados na peça da RTP1, e colocando em causa a veracidade da mesma.
Recentemente, o programa A Prova dos Factos, na sua transmissão do dia 8 de Março de 2024, no canal RTP1, apresentou uma investigação realizada em aviários portugueses, quer em pavilhões de galinhas poedeiras como de frangos, que coloca em causa o cumprimento da lei no respeito pelas garantias de bem-estar destes animais e a higiene do processo de produção, com potenciais consequências danosas para a saúde pública.
Em resposta a este trabalho de reportagem jornalística, a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) veio a pronunciar-se publicamente em comunicado, fazendo várias asserções sobre os dados reportados na peça da RTP1, e colocando em causa a veracidade da mesma.
A ‘Abrir de Asas’ reconhece a importância da Medicina Veterinária como um conjunto de conhecimentos técnicos e científicos sistematizados que promove o superior interesse do bem-estar dos animais, e reconhece o papel importante da Ordem dos Médicos Veterinários, e dos profissionais que representa, em defender e promover o bem-estar animal na avicultura, e outras produções pecuárias.
Porém, consideramos que algumas das alegações da OMV relativas à reportagem supra referida e à natureza das práticas avícolas são incongruentes ou infundadas, e insinuam uma descredibilização de um trabalho jornalístico da RTP que se limitou a reportar a realidade destas produções portuguesas conforme capturadas em imagem e vídeo, não passíveis de corrupção, e que procurou retratar a produção avícola de uma forma imparcial, escutando diferentes intervenientes, quer os que estão envolvidos na actividade pecuária, como os que contestam as suas práticas actuais.
Mais especificamente, a Abrir de Asas contesta o seguinte:
Ainda sobre o dado reportado pela OMV acerca do enquadramento legal actual dos métodos de abate de pintos macho, e uma vez que esta instituição se pronuncia de forma favorável à abolição de métodos inadequados e arcaicos de selecionar as aves para produção de ovos, e apoia o investimento em métodos alternativos como a sexagem in ovo (tecnologia já existente e implementada noutros países), convidamos assim o executivo da Ordem dos Médicos Veterinários a apoiar e assinar a petição da Abrir de Asas pela descontinuação destes métodos de abate e transição para outras práticas, posicionando-se pela defesa do bem-estar animal, e promovendo a discussão na Assembleia da República.
Veja aqui a reportagem completa:
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Créditos fotográficos © Farm Transparency Project / Dominion
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República,
Exmos Senhores(as) Deputados(as) Da Assembleia da República,
Todos os anos, milhões de pintos machos recém-nascidos são triturados ou asfixiados vivos. Esta é a realidade da indústria dos ovos em Portugal e na União Europeia. A lei permite que existam duas formas de descartar estes pintos: trituração e/ou asfixia.
Os pintos machos não são capazes de pôr ovos, nem servem para a indústria da carne porque não crescem à mesma velocidade do que outras raças exploradas para esse efeito. Assim que nascem, são atirados para um longo tapete rolante que os irá conduzir à queda num balde repleto de lâminas, onde serão triturados vivos. Alternativamente, poderão ser asfixiados, outro método por vezes empregue.
Reconhecemos que esta prática é cruel, inaceitável e desumana, devendo ser legalmente proibida. Consideramos ainda que tal método não se justifica e não é coerente com as políticas de Bem-Estar Animal que a indústria e a legislação portuguesa dizem implementar.
Nós, abaixo-assinados, queremos ver esta prática abolida e incentivos à investigação de tecnologias mais compassivas na indústria.
Atenciosamente,
Os signatários da Petição