Novos dados dão a conhecer a realidade atual e o que ainda está por fazer. Descobre tudo!
No passado dia 11 de Outubro, organizações de proteção animal, eurodeputados e defensores da causa animal reuniram-se em frente ao Berlaymont e apelaram publicamente à presidente Ursula von der Leyen para apresentar a proposta da nova legislação sobre o bem-estar animal, como prometeu.
No dia 13 foi lançado também um relatório que mostra Portugal como o país em que os seus cidadãos mais exigem melhorias no bem-estar animal em toda a Europa, com os eurodeputados portugueses a não seguirem ainda essa tendência na mesma proporção no que toca a votações relativas ao tema.
Este relatório foi lançado no dia 13 de outubro, pela Compassion In World Farming (CIWF) , relatório esse que apresenta uma análise sobre a forma como os eurodeputados de todos os países representados no Parlamento Europeu votam em relação à melhoria de condições de bem-estar dos animais de produção. O objetivo deste relatório e destes números visuais e impactantes é impulsionar e pressionar certos grupos políticos que estão a impedir o processo da revisão da legislação sucessivamente nos últimos anos.
Esta análise, “EU votes for farm animals”, pontua os votos dos eurodeputados relativamente ao bem-estar dos animais de produção desde o início desta legislatura, que começou em 2019, analisando 16 votações importantes do Parlamento Europeu relativas a esta temática. Nesta análise é possível perceber que o grupo político de centro-direita Partido Popular Europeu (EPP), do qual Ursula von der Leyen é membro, e outros grupos do lado direito do espectro político europeu, têm votado consistentemente contra medidas de melhoria de bem-estar para os animais de produção. Os dados revelaram ainda que que os denominados “grupos verdes” e também os de esquerda (Verdes/EFA e A Esquerda) são os que tendem a votar mais a favor de medidas para melhorar o bem-estar destes animais, enquanto os grupos de centro-direita e de direita votam habitualmente contra nestes casos.
Este relatório é publicado numa altura em que se torna cada vez mais claro e noticiado que a União Europeia está a recuar no seu compromisso de rever as suas leis de bem-estar animal, promessa feita por Ursula von der Leyen que continua por cumprir. A CIWF salienta que, embora oito em cada dez europeus acreditem que o bem-estar dos animais de produção deveria ser melhor protegido (Eurobarómetro, 2016), estes novos dados mostram uma clara desconexão entre o que os cidadãos europeus pedem e como votam os eurodeputados que os representam.
O projeto Abrir De Asas procura mostrar aos cidadãos portugueses a realidade da indústria avícola e, Joana Machado, a gestora corporativa do projeto, vem chamar à atenção para a discrepância que existe entre a vontade atual dos cidadãos portugueses relativamente a este tema e a forma como os eurodeputados do nosso país votam habitualmente no sentido contrário. Descontruíndo os resultados deste estudo no que toca a Portugal, Joana Machado conta-nos que “nesta análise e, de acordo com o Eurobarómetro de 2016, o nosso país é o que detém a percentagem maior de cidadãos que acredita que o bem-estar animal deveria ser melhor protegido (94% da amostra representativa da população), mas, em contrapartida, apenas 47% dos votos dos membros do parlamento europeu (MEPs) portugueses vão ao encontro dessa vontade dos cidadãos”, ficando aí Portugal no meio da tabela a nível europeu, quando é o país em que os cidadãos mais têm essa preocupação, como podemos ver nestas duas tabelas.
Na União Europeia, todos os anos, cerca de 300 milhões de animais de produção passam ainda as suas vidas dentro de gaiolas. Joana Machado salienta ainda que “o uso de gaiolas na produção causa enorme sofrimento e impede os animais de ter espaço e condições suficientes para, pelo menos, desenvolverem os seus comportamentos mais básicos, sendo esta a realidade para milhões de galinhas poedeiras que ficam confinadas em espaços do tamanho aproximado de uma folha de papel A4, tal como acontece com os coelhos. Até na suinicultura, as chamadas porcas parideiras passam quase metade de cada ano dentro de jaulas, nas quais não conseguem nem virar-se.
A era das gaiolas tem de acabar para todas as espécies. É urgente ir ao encontro da vontade dos cidadãos e daquilo que nos foi prometido”.
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Créditos fotográficos © Farm Transparency Project / Dominion
Reconhecemos que esta prática é cruel, inaceitável e desumana, devendo ser legalmente proibida. Consideramos ainda que tal método não se justifica e não é coerente com as políticas de Bem-Estar Animal que a indústria e a legislação portuguesa dizem implementar.
Queremos ver esta prática abolida e incentivos à investigação de tecnologias mais compassivas na indústria.
Atenciosamente,